sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Quem sou



Sou guia, sou corrente, egrégora e proteção. Sou chapéu, sou terno, gravata e anel. Sou sertão, sertanejo, carioca, paulista, alagoano e Brasileiro. Souza Mestre, Malandro, Baiano, Catimbozeiro, Exu e Povo de Rua. Sou faca, fação e navalha. Sou armada, cabeçada e rasteira. Sou Lua Cheia, sou noite clara, sou céu aberto. Sou o suspiro dos oprimidos, sou a fé dos abandonados. Sou o pano que cobre o mendigo, sou o mulato que sobe o morro e o Doutor que desce a favela.Sou Umbanda, Catimbó e Candomblé. Sou porta aberta e jogo fechado. Sou Angola e sou Regional.
Sou cachimbo, sou piteira, cigarro e fumo de corda. Sou charuto, sou tabaco, sou fumo de ponta, sou brasa nos corações dos esquecidos. Sou jogo derua, sou baralho, sou dado e dominó. Sou cachetinha, sou palitinho, sou aposta rápida. Sou truco, sou buraco e carteado.Sou proteção ao desamparado, sou o cortede demanda e a cura da doença.Sou a porta do terreiro, sou gira aberta e gira cantanda. Sou ladainha, sou hino, sou ponto, sou samba e dou bamba. Sou reza forte, sou benzimento, sou passe e transporte.Sou gingado, sou bailado, sou lenço, sou cravo vermelho e sou rosas brancas. Sou roda, sou jogo, sou fogo. Sou descarrego, sou pólvora, sou cachaça e sou Jurema. Sou lágrima, sou sorriso, sou alegria e esperança. Sou amigo, parceiro e companheiro.Sou Magia, sou Feitiço, sou kimbanda e sou demanda. Sou irmão, sou filho, sou pai, amante e marido. Sou Maria Navalha, Sou Zé Pretinho, sou Tijuco Preto e sou camisa preta.Sou sobrevivência, sou flexibilidade, sou jeito, oportunidade e sabedoria. Sou escola, sou estudo sou pesquisa e poesia. Sou o desconhecido, sou homem de história duvidosa, mas sou a história de muitos homens. Sou a vida a ser vivida, sou palma a ser batida, sou o verdadeiro jogo da vida;
Eu sou Zé Pilintra
(Por Jorge Scritori)

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