terça-feira, 24 de agosto de 2010

Nosso Lar



Nosso Lar - A Cidade Espiritual
O Relato de existência da cidade conhecida como Nosso Lar foi fornecido pelo espírito André Luiz a Chico Xavier, e se destaca como uma das narrativas mais complexas do mundo espiritual.Uma das mais conhecidas comunicações sobre a vida após a marte surgiu nos relatos o espírito André Luiz ao médium Chico Xavier no Livro Nosso Lar. Ele se refere à existência de uma cidade completa, no plano espiritual, além de uma região que ficou conhecida como Umbral. Esse plano espiritual se situa próximo à crosta terrestre e, nele, o espírito continuar possuindo as sensações físicas próprias da vida terrestre, como alterações de temperatura, fome, sede, dificuldade em respirar etc. Ali é possível comer e beber como fazia quando estava na terra.André Luiz comunicou que, quando se encontrava no Umbral, sentia sono e tentava dormir, mais era acordado por seres monstruosos – “ seres animalescos que passavam em bandos”, e que o acusavam de ter se suicidado, afirmação, a seu ver, incorreta, mas que, mais tarde, entendeu ter sua verdade uma vez que o tempo que ele poderia ter vivido na Terra foi encurtado devido aos excessos que cometera aqui. Nesse lugar, o espírito André Luiz viu loucuras, risos exagerados, gritos desesperados, e fez de tudo para sair dali. Vendo-se preso em um lugar sombrio, ele pediu ao “ Supremo Autor da Natureza” pois não era seguidor de qualquer religião em vida que o ajudasse. Assim conseguiu enxergar entidades prontas para auxiliá-lo, constatando que a fé uma manifestação divina do homem. Posteriormente, soube que existiam cachorros e aves de corpos volumosos (íbis viajores) pássaros devoradores de formas mentais perversas, que ajudavam no transporto dos espíritos para fora do Umbral.André foi levado a um lugar muito parecido com os hospitais da Terra. Lá, foi acolhido por Clarêncio, um homem que se apoiava em um cajado de substância luminosa. Pode então entender que as vaidades da experiência humana mataram seu corpo físico, sendo, pois, considerado um suicida. Depois, ficou sabendo que o hospital onde estava era apenas um dos muitos que havia naquele lugar, todos com a finalidade de tratar os males que as pessoas traziam de suas vidas anteriores, assim como curar os males causados por sua próprias ações na sua última vida.Ele verificou que sua percepção visual e auditiva era muito maior. Clarêncio lhe explicou que o Sol assim como a Lua e as estrelas, que ali iluminava, era o mesmo que iluminava a Terra, pois o lugar estava situado em esferas espirituais vizinhas ao nosso planeta. André estava em Nosso Lar, uma espécie de cidade espiritual. Ao longo da narrativa, esse local é descrito de forma detalhada,assim como os acontecimentos e sensações pelos quais esse espírito passou. Para a recuperação inicial de sua alma, após ter passado oito anos, segundo o calendário da Terra, na escuridão do Umbral ele é examinado por um médico e recebe caldos, água portadora de fluidos divinos e passes magnético. Tudo que é relatado é semelhante a uma via absolutamente normal além da morte, porém as vibrações do ambiente são outras. Há vibrações de paz e alegria por todos os lados, e a renovação das energias é feita essencialmente através da natureza. Grandiosos edifícios, espaços regulares e ordenados, formas diversas, casinhas cercadas de muros de hera, parques, animais domésticos, e todos os lugares repletos de muito vede; assim é descrito o nosso Lar. Há, ainda grandes fábricas de preparação de sucos, de tecidos e artefatos em geral, que dão trabalho a mais de cem mil criaturas. A ordem dessa “zona de transição” procede do mundo superior, sendo coordenada por um governador. O governador, que em 1939 ano em que André Luiz é acolhido em Nosso Lar, completava o 114º aniversário de sua direção, conta com mais de três mil funcionários na administração da Governaria, tendo mais de seis ministérios. Os espíritos que habitam o Nosso Lar, aprenderam a prática da divisão das tarefas administrativas em departamentos espirituais, por meio de visitas aos serviços da alvorada, uma das colônias espirituais mais importantes que os circunvizinham.Cada ministério é auxiliado por doze ministros. O Ministério do Auxílio é responsável por atender os doentes, ouvir e selecionar as preces, preparar reencarnações terrenas, socorrer as almas que se encontram no Umbral e as que choram na Terra, os Ministérios da Regeneração, da Comunicação e do Esclarecimento entre outras coisas cuidam, respectivamente, da regeneração das almas, da comunicação de Nosso Lar com a Terra e com o plano superior, e do esclarecimento da vida. Os Ministérios da Elevação e o da União Divina possuem uma estreita ligação com o plano superior e realizam os serviços mais sublimes.A Governadoria se encontra no centro da praça principal dessa cidade espiritual e é a partir dela que estão distribuídos os outros seis ministérios, de forma triangular.Segundo André Luiz o Nosso lar é apenas uma das muitas colônias espirituais existentes. Cada uma apresenta particularidade essenciais e permanece em graus diferentes de ascensão, tal como aqui na Terra, onde há sociedade bem diferentes. Essa colônia, particularmente, é uma antiga fundação de portugueses desencarnados no Brasil no século16. Esses portugueses se tornaram missionários da criação do Nosso Lar.André ouviu inúmeras histórias por lá, contadas por moradores mais antigos. Uma delas é sobre a alimentação na cidade, que antigamente dava brechas para a sustentação de vícios terrenos. Os alimentos terrenos eram adquiridos no Umbral, dessa forma, os espíritos que ali se encontram viam uma abertura para chegar ao Nosso Lar. A cidade acabou sofrendo uma tentativa de invasão pelas multidões obscuras, obrigando a Governadoria a reduzir a alimentação à inalação de princípios vitais da atmosfera, através da respiração e de água misturada a elementos solares, elétricos e magnéticos seguindo as Leis da Simplicidade.A água utilizada ali tanto como alimento quanto como remédio vem do Bosque das águas, ela é mais tênue e pura que a da Terra, quase fluida, pois a densidade é diferente. Sua magnetização e distribuição são feitas pelo Ministério da União Divina, sendo essa atividade um dos únicos serviços materiais exercidos por ele. Há também o Serviço de Trânsito e de Transporte, que age como o serviço de trânsito daqui da Terra, porém, com um meio de transporte muito diferente: o aerobus, que é um grande carro aéreo, suspenso do solo a uma altura de mais ou menos cinco metros, e que pode transportar muitos passageiros com grande velocidade. Segundo André, ele é constituído de material muito flexível, é bastante extenso e parece estar ligado a fios invisíveis, em virtude do grande número de antenas que se localizam na parte de cima podendo ser comparado em nosso planeta, a um funicular (transporte utilizado em aclives e declives fortes, com a tração funcionando por meio de cabos). Há lugares também reservados para a educação, estudos e conferências: são chamados “salões verdes”. Eles de localizam nos parques do Ministério do Esclarecimento, dentro de um castelo de vegetação em forma de estrela. Os moradores do Nosso Lar acreditam que os estudos formam a base justa para a resolução de problemas e que, com os espíritos reunidos, compartilhando opiniões e experiências, são capazes de tomar decisões sem se converterem a opiniões pessoais. Já recuperados e mais bem disposto, André sai do hospital e se instala na casa da família espiritual do amigo e auxiliar de sua recuperação, Lísias. Ali, aprende a valorizar ainda mais o lar através dos ensinamentos da mãe de Lísias. O lar na Terra é muito semelhante ao Nosso Lar, ou melhor, como é dito a André: “o lar terrestre é que , de há muito, se esforça por copiar esse instituto doméstico”. Porém, os casais terrestres muitas vezes se deixam ser invadidos pelos ciúmes,pelo egoísmo e pelas vaidades pessoais, deixando para trás o sentido real do lar. D. Laura, a mãe de Lísia, explicou a André que “ o lar é como um ângulo reto nas linhas do plano da evolução(...) O lar é o sagrado vértice onde o homem e a mulher se encontram para o entendimento indispensável”. Diz também que nele as pessoas devem se unir espiritualmente antes que corporalmente, e viver com todo o coração e com toda a alma. O casamento espiritual é realizado através da combinação vibratória, da afinidade máxima, não uma união que vai se desgastando com o tempo, como ocorre muitas vezes na Terra, O nosso Lar defende o equilíbrio através do amor e, a partir desse sentimento, homens e mulheres realizam suas funções e compartilham experiências. André, em meio de tantos ensinamentos e com a disposição renovada, começa a sentir necessidade de voltar a trabalhar era médico na Terra, E como quando alguém deseja algo ardentemente, já se encontra a caminho da realização, ele foi aceito no auxílio aos enfermos, não como médico, pois ainda não poderia ocupar tal função em Nosso Lar, mas como um aprendiz. O trabalho nessa cidade é tal qual na Terra. Existe uma jornada de trabalho, com descanso obrigatório. O pagamento, evidentemente, não é nada material como em nosso mundo, mas uma espécie de experiência em determinada área, o que auxilia no crescimento do espírito. Ganha-se também o bônus-hora, uma ficha de serviço individual que funciona como valor aquisitivo. A produção de vestuário e alimentação pertence a todos em comum, assim como o engrandecimento do patrimônio; os que trabalham adquirem direitos justos, o que lhes permite escolher o que querem usar e aonde querem rir. A propriedade é relativa, e sua aquisição é feita à base de horas de trabalhos. As construções representam patrimônio comum nessa cidade, sob o controle da Governadoria. Cada família espiritual pode adquirir somente um lar, apresentando 30 mil bônus -hora, o que pode ser conseguido com algum tempo de trabalho. Os trabalhos manuais, pesados ou com sacrifícios pessoais tem seu reconhecimento multiplicado, diferentemente da Terra. André é informado que, muitas vezes, os milionários terrenos são mendigos da alma, pois o verdadeiro ganho para as criaturas é de natureza espiritual. Os bônus-hora podem ser gastos, porém no Nosso Lar é mais valioso o registro individual da contagem de tempo de serviço útil, que confere aos trabalhadores o direito a título preciosos; quanto maior for esse número, mais intercessões poderão ser feitas por essa criatura em relação à elevação e defesa da alma. A herança nessa cidade é apenas a do lar, nunca a bônus-hora. André explica que dessa cidade não se ouvem vozes da Terra; as transmissões são feitas através de forças vibratórias mais sutis que as da esfera da crosta – ás vibrações do pensamento. Ele fica sabendo que, no início da colônia, as vozes terrenas podiam ser ouvidas; porém, boatos assustadores e problemas perturbavam as atividades em geral, provocando muita indisciplina em Nosso Lar. Para manter a ordem, há dois séculos, um dos ministros da União Divina havia pedido que algumas atitudes fosse tomadas para melhorar a situação, valendo-se dos ensinamentos de Jesus, que manda os vivos enterrar seus mortos e, desde então, a comunicação passou a ser à base de vibrações. O esforço de cada um em seu trabalho contribui para as vibrações de paz dentro dessa colônia e, em geral, depois de certo tempo de serviços e aprendizado, os espíritos voltam a reencarnar para atividades de aperfeiçoamento. Nessa cidade espiritual também existe uma seção de arquivos onde estão guardados anotações particulares de cada um – as lembranças. Conforme o espírito desenvolve segurança em si mesmo, são permitidas as lembranças de outras vidas. André é avisado de eu essas lembranças apenas informam, sendo necessário, para o conhecimento profundo de seu espírito, muita meditação e passes no cérebro, que ajudariam a despertar energias adormecidas. Segundo relatos de André, a morte do corpo não conduz o homem a situações miraculosas. O espírito está constantemente em processo evolutivo e, portanto, passará por inúmeros planos e pelas múltiplas regiões para os desencarnados, obedecendo a princípios de desenvolvimento natural e a uma hierarquia considerada justa. E é imprescindível o reconhecimento de apenas um Deus. Em certos momentos do relato de André Luiz há uma crítica às igrejas e aos sacerdotes políticos, justificando que, sem o sopro divino, as personalidades religiosas não serão capazes de inspirar respeito, admiração, fé e confiança em seus seguidores. O Espiritismo, sendo uma religião que une o amor às ciências do espírito, surge e cresce como uma esperança e um consolo para a humanidade. Dentro dessa doutrina, o espírito é tratado como um núcleo irradiante de forças que criam, transformam ou destroem, exteriorizadas em vibrações que a ciência terrestre ainda não é capaz de compreender. Segundo os moradores da colônia espiritual, quando desencarnados, os espíritos que não tiveram uma preparação religiosa no mundo sofrem dolorosas perturbações (com as que André sofrera nos primeiros anos após a morte de seu corpo físico). Eles ficam presos no Umbral, separados dos homens encarnados pelas leis vibratórias; lá, espíritos semelhantes se agrupam conforme o tipo de vibrações que vivenciam. Em Nosso lar, os espíritos são capazes de se reconhecer e se encontrar. André se encontrou algumas vezes com sua mãe, que continuava intercedendo por ele; reconheceu um homem a quem seu pai prejudicara e teve a oportunidade de pedir perdão; vi uma mulher que fora empregada de sua casa, acabou na vida de prostituição e agora experimentava muito sofrimento e dor. Ele, também, ainda sentia saudade da família terrena, pois como lhe foi explicado, cada organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo. Muitas vezes, os que perdem um ente querido na Terra, permanecem com seu pensamento focalizado nesses entes, de forma que acabam prejudicando sua evolução e fazendo-os sofrer com as lembranças. Assim, a esses encarnados são conferidas outras preocupações, para que deixem de pensar no espírito que já desencarnou. André relata a existência de regiões ainda inferiores ao Umbral: as Trevas. Para lá vão as almas que fecham sua percepção, focando apenas em si mesmas, deixando de lado a visão e a compreensão do Deus único, estacionando no tempo e “ sobre-vivendo” em um sono de longos anos, vivendo apenas com as recapitulações de experiências vividas. Ele também fala sobre a existência de fantasmas. Estes são “irmãos da Terra, poderosos espíritos que vivem na carne em missão redentora e podem, como nobres iniciados da Eterna Sabedoria, abandonar o veículo corpóero, transitando livremente por lá”. Eles se diferenciam dos espíritos já desencarnados pelos filamentos pendidos dos braços e um fio da cabeça, e “sobem” ao Nosso Lar em missões secretas. No mundo todo, nas mais diversas épocas, surgiram inúmeros relatos de cidades que se situariam no mundo espiritual, ou numa dimensão paralela, com preferem alguns pesquisadores. No entanto, poucos são tão ricos e impressionante em detalhes quanto o de André Luiz.
Revista: Espiritismo – Ciências Especial

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